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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Quando o herói vira vilão


Após a enorme exploração midiática do assunto Copa do Mundo, parece estar chegando aos capítulos decisivos o polêmico caso envolvendo o goleiro Bruno Souza.
A minha intenção aqui não é trazer novos relatos do ocorrido ou jogar mais lenha na fogueira. Pelo contrário, acho que esse ofício muitos já tomaram para si, e o fazem (muito) bem. Eu gostaria mesmo de falar enquanto torcedora do time em que o Bruno era bastante aclamado, e mais ainda, como admiradora do futebol, e entristecida com o rumo que este vem tomando.
O que aconteceu com o Bruno, foi (até certo ponto) mais uma eventualidade que ocorre com alguns jogadores (e) famosos. Envolvimento com muitas mulheres, gravidez indesejada, e posteriormente o pedido de pensão alimentícia. História que a gente ouve falar desde os primórdios, onde tal acontecimento era vulgarmente chamado de "golpe da barriga". Romário, Vampeta e até mesmo Pelé, são exemplos de jogadores que assumiram filhos frutos de relacionamentos extra-conjugais e hoje fornecem pensões.
Não procuro condenar ou defender nenhum partido, pois não acredito que sejam unicamente as mulheres as culpadas por deixarem-se engravidar ou os homens, que buscam satisfazer seus desejos sexuais. Observo é que acaba rolando uma relação dinheiro x posse.
São jogadores que logo ao iniciarem suas carreiras profissionais ganham altas quantias, e alguns parecem ficar deslumbrados com a fama, e o status social que vem agregado a tudo isso. Com o primeiro salário, carros do ano, jóias enfeitando todo o corpo, e na mesma proporção em que compram mercadorias, passam a comprar corpos belos e esbeltos. Uma troca de serviços na qual o comprador busca o prazer momentâneo, e o vendedor deseja a remuneração a longo prazo.
Houve a falta de responsabilidade, mas Bruno teria plenas condições financeiras de arcar com as despesas para a criação de seu suposto filho. Em vez disso, se for mesmo confirmado o crime, teria conspirado para a realização de um ato de perversão e burrice, tirando a vida da ex-amante, e condenando ao menor à mesma vida ausente de carinho materno que ele e Elisa tiveram.
Entristeço-me com relação ao bebê, que chegou ao mundo de uma maneira tão turbulenta e desorientada, e que agora passa de mão em mão, sem um tutor definido. E claro, também pelo excelente profissional que o meu time acaba de perder.
Com 1,90m e 2,40m de braços esticados, Brunoe era carinhosamente chamado pela torcida de "muralha", por ser o terror de certos adversários que tentavam, tentavam e simplesmente não conseguiam fazer nossa rede balançar. Nesses mais de três anos jogando pelo Flamengo, com a minha admiração e de outros milhares de torcedores, ganhou o ofício de capitão do time.
E agora José? Tudo isso vai se transformando em decepção, a maneira em que mais e mais indícios se voltam contra o jogador. E o que era talento, infelizmente acaba sendo comprometido pela má conduta do rapaz de apenas 25 anos, que poderia ir ainda mais longe em sua trajetória de sucesso nos gramados, mas que, ao que tudo indica, dificilmente voltará aos campos outra vez.

Um comentário:

  1. Realmente... o Bruno dará ao seu filho a mesma vida que ele teve, ou seja, pai ausente. E, nesse caso, mãe ausente também. O mais curioso nesse caso é a própria reação do goleiro que, até agora, só está se preocupando com seu futuro profissional na copa de 2014.

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