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terça-feira, 24 de junho de 2014

O que te faz (verdadeiramente) feliz?

Eu não sei (e adoraria saber de) vocês, mas fico com a nítida impressão de que a gente supõe que felicidade depende de coisas. "Eu estou bem, mas se eu conseguisse pegar aquele alfinete ali em cima, estaria tudo perfeito". "Está tudo caminhando direitinho, mas, se não fosse aquele cadarço desamarrado acolá, a felicidade estaria completa". E com isso, vamos adiando a magnificência para depois. Para qualquer tempo que não é o agora.

Concluir a faculdade é bacana. Colocar o pé fora da graduação e conquistar um emprego por esforço, sem passar a perna nos outros, é incrível. Engatar uma especialização, iniciar o mestrado? Super! Mas, pô, falta alguém para assistir aos filmes cults no fim de semana. Falta a companhia para os dias de chuva, os domingos cinzentos.

"Talvez ele nem seja tudo o que eu queria. Ah, se ele gostasse de rock alternativo, pelo menos. Se ele parasse de fazer piada sobre tudo, se ele fosse outra pessoa...".

E, na contramão, a vontade de trocar o smartphone, renovar o guarda-roupa, curtir umas férias inesquecíveis numa praia sen-sa-cio-nal. Colecionar amigos loucos, únicos, inconsequentes.

A gente vai deixando de viver o agora. De comemorar as pequenas (?) vitórias. De ser feliz pelo que se é até aqui, pelo que se conquistou, por onde conseguiu chegar, nessa estrada que nunca termina. Vai deixando para depois a oportunidade de se divertir consigo mesmo, de aceitar que erra sim, erra muito, erra um bocado, cái, rala o joelho, mas já descobriu onde está guardado o remédio e curativo. Já aprendeu que uns dias de molho recuperam qualquer um. Que até a queda nos fornece algum tipo de aprendizado. Que olhando bem, ou mesmo de surpresa, todo mundo tem alguém para ajudar a segurar nosso mundo, quando ele ameaça desabar.

Eu desejo isso, para mim, para os meus amigos, para todos nós: Que reconheçamos os pequenos reflexos de felicidade hoje. Que as expectativas para o futuro sejam revertidas em dedicação e só. Talvez seja um monte de clichê, mas alguém já disse que "algumas vezes, um clichê é a melhor forma de explicar um ponto de vista".


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