tag:blogger.com,1999:blog-53713067511590488282024-03-14T12:00:55.438-03:00Todo mundo é uma ilhaUnknownnoreply@blogger.comBlogger18125tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-7427374586842766642014-06-24T11:17:00.000-03:002014-10-27T15:23:15.936-02:00O que te faz (verdadeiramente) feliz?<div style="text-align: justify;">
Eu não sei (e adoraria saber de) vocês, mas fico com a nítida impressão de que a gente supõe que felicidade depende de coisas. "Eu estou bem, mas se eu conseguisse pegar aquele alfinete ali em cima, estaria tudo perfeito". "Está tudo caminhando direitinho, mas, se não fosse aquele cadarço desamarrado acolá, a felicidade estaria completa". E com isso, vamos adiando a magnificência para depois. Para qualquer tempo que não é o agora.</div>
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<br /></div>
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Concluir a faculdade é bacana. Colocar o pé fora da graduação e conquistar um emprego por esforço, sem passar a perna nos outros, é incrível. Engatar uma especialização, iniciar o mestrado? Super! Mas, pô, falta alguém para assistir aos filmes<i> cults </i>no fim de semana. Falta a companhia para os dias de chuva, os domingos cinzentos.</div>
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<br /></div>
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"Talvez ele nem seja tudo o que eu queria. Ah, se ele gostasse de rock alternativo, pelo menos. Se ele parasse de fazer piada sobre tudo, se ele fosse outra pessoa...".</div>
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<br /></div>
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E, na contramão, a vontade de trocar o <i>smartphone</i>, renovar o guarda-roupa, curtir umas férias inesquecíveis numa praia sen-sa-cio-nal. Colecionar amigos loucos, únicos, inconsequentes.</div>
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<br /></div>
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A gente vai deixando de viver o agora. De comemorar as pequenas (?) vitórias. De ser feliz pelo que se é até aqui, pelo que se conquistou, por onde conseguiu chegar, nessa estrada que nunca termina. Vai deixando para depois a oportunidade de se divertir consigo mesmo, de aceitar que erra sim, erra muito, erra um bocado, cái, rala o joelho, mas já descobriu onde está guardado o remédio e curativo. Já aprendeu que uns dias de molho recuperam qualquer um. Que até a queda nos fornece algum tipo de aprendizado. Que olhando bem, ou mesmo de surpresa, todo mundo tem alguém para ajudar a segurar nosso mundo, quando ele ameaça desabar.</div>
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<br /></div>
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Eu desejo isso, para mim, para os meus amigos, para todos nós: Que reconheçamos os pequenos reflexos de felicidade hoje. Que as expectativas para o futuro sejam revertidas em dedicação e só. Talvez seja um monte de clichê, mas alguém já disse que "algumas vezes, um clichê é a melhor forma de explicar um ponto de vista".</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-4582428590708293002014-04-02T22:06:00.001-03:002014-06-24T12:07:59.367-03:00Sobre a conversa de duas mulheres, hoje, no ônibus e (ainda) o IPEA:<br />
- Mulher, eu ainda não sei como eu tive coragem.<br />
- De que?<br />
- De descer, rapaz, foi um dia assim, no meio da semana.<br />
- Ah, sim, que tu viu ele bebendo mais outra, né?<br />
- E então. Tava olhando pela janela, o ônibus parou bem de frente, parecia que era pra eu ver mesmo. Eu comecei a tremer, mais assim mesmo eu fui. E ele lá, na maior, bebendo mais outra.<br />
- E ela?<br />
<br />
Nessa hora eu esperei que ela xingasse horrores "a outra", mas a resposta foi outra:<br />
<br />
- Assim que me viu, disse: Tenho nada com ele não, fia. Eu tava de boa com meus amigos e ele me chamou pra beber, foi só. <br />
Aí eu falei: esquente não, meu lance não é com você, você é solteira, o que eu tenho pra resolver é com ele.<br />
- Sim, deu nele?<br />
- Ainda vi um pau e pensei em pegar, mas deixei pra lá. Os caras começaram a agitar, disseram que iam dar uma lixa nele. Falei que não, peguei a chave do carro, deixei ele a pé, e avisei que não fosse mais lá em casa.<br />
- Terminaram mesmo?<br />
- Mulher, com três dias ele chega lá: Eaê?<br />
Né brincadeira? <br />
- Eaê uma porra! Volte pra casa da sua mãe.<br />
<br />
E as duas desceram do ônibus.<br />
<br />
-<br />
Ah, e elas eram diaristas. Eu tenho lido por aí que a pesquisa do IPEA não deve ser vista com espanto, que ela representa a opinião de uma classe pouco escolarizada. As duas mulheres provaram que preconceito e violência contra a mulher são questões que devem ser analisadas levando em consideração fatores muito mais amplos.<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-66781219937045171072013-03-22T11:18:00.000-03:002013-03-22T11:25:38.620-03:00Amigas e Rivais?<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCL4ZZ8zzJT4E5IP8YyXd17NhFXuwVPzWBZNtsUmLfb9iO-VQ_gPW7hs0rpGNdL7R4TniahIjHmWEVGebEw9WpPmzjC42HApzTmXvUx8Ez1bzFJG4JGL4ux9myARyd9V5irkVQgYCNxw/s1600/rivais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCL4ZZ8zzJT4E5IP8YyXd17NhFXuwVPzWBZNtsUmLfb9iO-VQ_gPW7hs0rpGNdL7R4TniahIjHmWEVGebEw9WpPmzjC42HApzTmXvUx8Ez1bzFJG4JGL4ux9myARyd9V5irkVQgYCNxw/s400/rivais.jpg" ssa="true" width="400" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Se você usa o e-mail regularmente já deve ter lido uma piada popular em relação à diferença entre a amizade dos dois sexos. É mais ou menos assim: Após dormir fora, a mulher avisa ao marido que estava na casa da amiga. Ele liga para 10 amigas dela e nenhuma confirma o caso. Já quando o homem passa a noite longe de casa e a esposa resolve ligar para 10 amigos dele, ouve confirmação de cinco, enquanto outros cinco não só garantem a versão, mas, asseguram que o cara ainda está lá no maior sono.</div>
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Essa é apenas uma das recorrentes piadas que ouvimos sobre a lealdade e companheirismo que marcam a forma como a ala masculina enxerga a amizade, sempre em contraste com a competição, inveja e rivalidade que configuram a relação de afeto entre as mulheres.</div>
</div>
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<br /></div>
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Mas... Desde quando? E, pq? Baseado em que?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6RyvycRLuDYKk8_XF0vujwKqQssVH-mUAgFjQLP_pWwGso7h2SyqYPfs6ORD4ipp1b3eoauiTtBPgCalAAb_3vZyao8tSbSHecmFhoTgD3sTKCj43v5TtdebiC5B60y0BlpBb7t99Ew/s1600/1284733726739_f.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="126" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6RyvycRLuDYKk8_XF0vujwKqQssVH-mUAgFjQLP_pWwGso7h2SyqYPfs6ORD4ipp1b3eoauiTtBPgCalAAb_3vZyao8tSbSHecmFhoTgD3sTKCj43v5TtdebiC5B60y0BlpBb7t99Ew/s200/1284733726739_f.jpg" ssa="true" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr>
</tbody></table>
Na infância, os contos de fadas nos mostram várias situações em que as mulheres estão se enfrentando pela atenção do protagonista, disputam os melhores atributos e fazem sacrifícios pela juventude eterna. É o caso das madrastas, que querem acabar com as enteadas e reinar sozinhas no coração do rei. </div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br />
Na adolescência as comédias românticas exaltam as populares da escola. Aquelas que têm o cara, o corpo e as roupas dos sonhos e por isso devem ser admiradas, respeitadas e por que não, invejadas. </div>
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<br /></div>
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy8p8ujbdCjOEaqubGubhGV9EfuBTt8bBjP0cL6GndnDUxXw-3p6Fu3XOIATs_uKWFroASRy6n46amIQA8OAgz-bcQDKLiF6X4Deqcjw3uRRubysoRT4WZRjpmMe7ZBR78qWf3xZq4Aw/s1600/530794_454548247952437_1058677194_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="188" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgy8p8ujbdCjOEaqubGubhGV9EfuBTt8bBjP0cL6GndnDUxXw-3p6Fu3XOIATs_uKWFroASRy6n46amIQA8OAgz-bcQDKLiF6X4Deqcjw3uRRubysoRT4WZRjpmMe7ZBR78qWf3xZq4Aw/s200/530794_454548247952437_1058677194_n.jpg" ssa="true" width="200" /></a>Na vida adulta dizem que nos arrumamos para ficarmos mais bonitas que as amigas. Que se emagrecer for muito difícil para nós, adoraríamos que elas ficassem cheinhas junto. Estamos aqui, pro que der e vier, ajudando, rindo, compartilhando momentos únicos. Mas, ao final do dia, quando chegarmos a casa, ainda nos lembraremos dos defeitos físicos dela, que, claro, são mais evidentes que os nossos.</div>
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
E será mesmo? Será que somos biologicamente programadas para sermos competitivas, invejosas e manipuladoras? </div>
</div>
</div>
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Mais do que o espelho que desenvolvemos ainda na tenra infância, fica a nítida impressão de que somos também constantemente incentivas, pelos modos culturais, midiáticos e sociais vigentes, a cultivar esta competição. </div>
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Em recente publicidade, uma mulher comum marca um encontro na praia com o namorado. Ao chegar, se depara com Débora Nascimento, atriz cuja última personagem na TV ajudou a popularizar a música “assim você mata o papai”, de um famoso grupo de pagode. Ao avistar a atriz de biquíni, a moça logo muda o local do encontro com o namorado, numa clara manifestação de insegurança perante a “rival”. Você nunca viu alguém rindo e concordando durante sua exibição?</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw2g-ulHn2V06CBixgyKJ5guYxuLqSrgZ3KBx6LokR0ZgQuEy1wqaPLI6pn3NmnTWtkt3be7TkahB3aCrhBsXroQ6vGqR4c-8vDikDHlM81FbtJiNlkZTCu92D4ccMiFd5LAQuzSNzkA/s1600/AUTO_sponholz.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw2g-ulHn2V06CBixgyKJ5guYxuLqSrgZ3KBx6LokR0ZgQuEy1wqaPLI6pn3NmnTWtkt3be7TkahB3aCrhBsXroQ6vGqR4c-8vDikDHlM81FbtJiNlkZTCu92D4ccMiFd5LAQuzSNzkA/s320/AUTO_sponholz.jpg" ssa="true" width="320" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Ao passear pelos canais de televisão, há alguns dias, ouvi a confissão de uma convidada num desses programas sobre celebridades: “Ligo mais para o sapato do que para roupas. É a primeira coisa que olho nas minhas amigas também. Aliás, você já deve estar cansado de saber que mulher se produz para mulher, não é?” Disse ela ao apresentador, aos risos, enquanto o controle me levava de volta ao passeio. </div>
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
“Mulher se arruma para mulher”, ok. Mas, pra quê mesmo? Como forma de competir, esperar o olhar </div>
da outra na rua para ter certeza de que realmente está bela e despertou inveja? Que sim, se alguma representante da ala feminina, famosíssima pela percepção aguçada, se curvou a sua beleza, você está mesmo arrasando e representa perigo à moça, por ser uma concorrente fortíssima? Eita! Pensei que a gente se arrumasse para outras mulheres...</div>
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Acredito mesmo que seja necessário rever esse senso comum antes de irmos compartilhando e reproduzindo aleatoriamente, sem o mínimo de reflexão. Somos cuidadosas, detalhistas e meticulosas? Sim. Mas daí a dizer que fofoca, intriga e rivalidade pegam carona em nossas qualidades, é um pouco pesado, né não? </div>
</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-69265291556178018352012-06-22T20:24:00.013-03:002013-03-10T12:06:33.646-03:00Marta, a alagoanidade e o incômodo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu3lLKkl3X1hnoH5G7duqI5HQSzN-1CqDfPlUsN-io2t_db7ve4ByS-Nla8CnHCaWERMz4ceiWWYwWogpUP5vZnet9yHjDHJkbLBifH5t96GoiEN5N9MIiXHGrNSPvCsdaYNplrQGx7w/s1600/huck_marta.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" rca="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu3lLKkl3X1hnoH5G7duqI5HQSzN-1CqDfPlUsN-io2t_db7ve4ByS-Nla8CnHCaWERMz4ceiWWYwWogpUP5vZnet9yHjDHJkbLBifH5t96GoiEN5N9MIiXHGrNSPvCsdaYNplrQGx7w/s320/huck_marta.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É sempre assim. Basta iniciarem uma entrevista com a Marta, que me sobe certo incômodo. As perguntas, que variam apenas em ordens ou expressões, seguem o mesmo padrão: Onde você nasceu? Como foi sua infância? Quais os primeiros clubes em que você jogou?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na verdade essas são apenas perguntas de praxe. Para entrevistadores e expectadores, importa pouco a origem de Marta. É aí que a sensação incômoda bate. Como aquele corte minúsculo no dedo, que você nem lembra onde está até um pingo de água bater e arder tudo. Ela diz que nasceu no interior de Alagoas, num lugar tão pobre quanto a sua infância. Sua luta, percebemos, foi individual. Aliás, o ponto chave foi ter saído de sua terra natal. Ou era isso, ou provavelmente teria o futebol apenas como hobby, nos rachas de fim de semana no campinho do bairro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Ao sair do nosso estado, Marta seguiu o conselho que é popularmente dado por aqui. “<em>O reconhecimento profissional é fora, aqui tem campo não</em>”. A gente ouve assim que tem uma profissão em mente. Não importa muito se jornalismo, arquitetura, medicina ou o esporte. “<em>Aqui não dá, o negócio é sair</em>”, dizem os deuses do oráculo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">"Mas foi beirando estrada a baixo que eu piquei a mula / Disposto a colar grau na escola da natura / Se alguém me perguntar, não tenho nada a dizer / Pois eu pra me realizar preciso morrer /</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">Você me deu liberdade pro meu destino escolher / E quando sentir saudade poder chorar por você / Não vê minha terra mãe que estou a me lamentar / É que eu fui condenado a viver do que cantar / A-la A-la Ala Alagoas..."</span></span><br />
<span style="color: #3d85c6; font-family: Verdana; font-size: x-small;"></span><br />
<span style="color: #3d85c6;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">(A música é do Djavan e fala sobre Alagoas. Tem exemplo melhor? </span><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aliás, tem outro: Alguém aqui lembra do Pepe, alagoano, <a href="http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-portugues/noticia/2011/12/naturalizado-pepe-admite-que-gostaria-de-ter-nascido-em-portugal.html" target="_blank">NATURALIZADO</a> Português?</span></span></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Pior do que ser incentivado a sair, só mesmo não ser acolhido ao ficar. Semanas atrás, ao entrevistar um ator alagoano, senti o peso carregado por ele ao seguir o destino oposto ao dos colegas de ramo. Valorização cultural muito pouca. Reconhecimento mínimo. Auxílio, só de quem também é da mesma área. Apesar de tudo, como ele mesmo disse, não seria feliz em outro lugar. <em>“Apesar de tudo eu gosto daqui, gosto muito das pessoas, dessa bondade e alegria que é inerente ao povo da nossa terra, adoro retratá-los nas minhas produções”</em>, explicou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sinto isso na Marta, no Djavan, nos atores, artistas plásticos e artesãos. São (e somos) todos alagoanos, “apesar de”. Apesar de travar um embate com aqueles que deveriam agir como facilitadores. Apesar do descaso com a arte regional. Apesar dos braços cruzados da maioria, que só reclama e não sai do lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas voltemos ao incômodo. Se é que eu deixei de falar dele. O corte no dedo arde outra vez, uma <a href="http://tvg.globo.com/programas/caldeirao-do-huck/O-Programa/noticia/2012/06/no-peneira-deste-sabado-huck-leva-jogadora-mirim-ao-encontro-de-marta.html" target="_blank">menina</a> com talento visível para o futebol, sonha em conhecer a Marta e através disso treinar no mesmo time em que a alagoana. É só pela fama da jogadora, e com a ajuda de um popular programa de televisão, que a adolescente consegue um teste no clube.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos uma <strong>brasileira</strong> tida como melhor do mundo cinco vezes seguidas. O futebol feminino no Brasil não é levado a sério. No mesmo clube em que o mais famoso e bem pago jogador nacional atua (Santos, do Neymar), houve a <a href="http://www.futebolparameninas.com.br/2012/01/09/marta-fala-sobre-fim-das-sereias-e-ressalta-que-falta-apoio-do-governo/" target="_blank">suspensão do time feminino</a> – as chamadas Sereias da Vila – por falta de verba. (É falta de patrocínio ou de interesse?)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos uma<strong> alagoana</strong> tida como melhor do mundo cinco vezes seguidas. Existe futebol feminino em Alagoas? Digo futebol pra valer, por que time formado por atletas que se dividem em outros empregos, tem e muito. Auxiliar dá trabalho. É muito mais rápido fazer um <a href="http://www.alagoastempo.com.br/noticia/3551/esportes/2011/05/10/marta-participa-de-cafe-da-manha-no-rei-pele.html" target="_blank">café</a>, um banner, pegar carona na imagem de talento e perseverança que a jogadora construiu sozinha, deixando tudo para trás. É publicidade mais rápida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O incômodo surge feito um corte no dedo quando noto <a href="http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2011/11/pelaipe-dispara-contra-o-arbitro-em-alagoas-nao-tem-futebol-3564599.html" target="_blank">a falta de importância que nos dão lá fora</a>. Quando até o futebol masculino sofre para se erguer, numa precariedade absurda, enquanto Martas, Franciscos, Pepes, estão encobertos pela miséria e falta de oportunidade. Ou quando a sorte grande se manifesta somente na “exportação”. E é uma pena que esse mesmo governo que tanto diz estar interessado em acabar com a pobreza e a violência, não enxergue que a educação e o esporte também são ótimos aliados nesta batalha. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-13118087575075101442012-05-01T14:31:00.001-03:002012-05-01T14:37:17.028-03:00O mito da solidão<div style="text-align: justify;"><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYn7JN1TkgWZjgFT6QM_q6PizgzpQbcPyfi-ZETIcUouo-SbUqiSxL2ukWQFvsGDKcQQGRCfh6PJ6uRHShVXGB_btkl9R0kOJTIGqJPiUEYHSvgGqlxqRSLORGxqVhrojHbIzDZu1WwA/s1600/to_be_free_by_valioza-d2qbk2p.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" mea="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYn7JN1TkgWZjgFT6QM_q6PizgzpQbcPyfi-ZETIcUouo-SbUqiSxL2ukWQFvsGDKcQQGRCfh6PJ6uRHShVXGB_btkl9R0kOJTIGqJPiUEYHSvgGqlxqRSLORGxqVhrojHbIzDZu1WwA/s1600/to_be_free_by_valioza-d2qbk2p.jpg" /></a></div><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela, 42 anos, morava sozinha há pelo menos 20, nenhum casamento ou filhos. Ele, pouco mais de 50, casado por 30, pai e avô.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela havia saído da casa dos pais bem cedo para estudar, e passou a morar noutra cidade, quando arrumou o primeiro emprego. Ele, com espírito aventureiro, rodou todo o Brasil, e para se sustentar, fez bicos como pedreiro, garçom, cozinheiro, motorista e fotógrafo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">De maneiras distintas, caíram na mesma empresa e hoje trabalham no mesmo setor, numa sala com mais 3 colegas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela gasta muito tempo programando o fim de semana. Descobre os eventos mais legais, convence as amigas mais divertidas, se não consegue pagar a vista, dá um jeito de dividir tudo no cartão. Ele prefere empregar seu tempo no resgate de fotos antigas, alimentação de blogs ou pesquisando a cultura popular.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ela gosta de usar roupas que evidenciem a boa forma conquistada durante anos de academia. Ele critica a solteirice dela, diz que de tanto evitar o matrimônio, ela vai acabar “só como um cachorro”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>“Como um cachorro não, que até bicho tem um dono pra ser fiel”.</em> A frase ecoa nos meus ouvidos, assim como a justificativa: “<em>Sou casado, tenho filho e neto, e ainda assim, quando me vejo sozinho em casa, não suporto”</em>.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na falta de um bom argumento para retrucar a provocação, ela calou-se. Mostrou a má recepção da idéia com uma expressão séria. Ele, incansável, ainda sugeriu que ela se juntasse ao outro colega de sala, com idade parecida a dela e também solteiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">“<em>Juntar</em>”. Como se fosse um quebra-cabeça, um par de peças do jogo da memória, um par de sapatos usado para dois pés descalços. Um “arranjo”. Serviu. Coube. “<em>Nossa! Melhor que nada</em>”. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não tenho nada contra aquela frase “<em>é impossível ser feliz sozinho</em>”. Acho a música linda, a melodia, uma delícia. Até concordo, sério. A gente precisa de alguém até mesmo para vir ao mundo, não é mesmo? Só não consigo digerir facilmente o discurso eterno da solidão. A má fama de que pessoas solteiras não conseguem ser felizes, e apenas sobrevivem até se tornar 1ª do plural. Acho sufocante, doentio. Com quem recebe a pressão ou exerce. Eu me preocuparia muito mais com o colega que não consegue passar um instante sozinho em sua casa, que com a mulher que vive há 20 consigo mesma. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para mim, solidão tem a ver com estado de espírito. Às vezes, estar sozinho é um presente, oportunidade maravilhosa de autoconhecimento, cumplicidade. Sentir-se só, no meio da multidão, representa a verdadeira rasteira, a sensação de não identificação, falta de encaixe ou pertencimento. Essa solidão não acaricia. Dói, machuca, desestabiliza. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não deveríamos ser ensinados a ter medo de nós mesmos, nada daquela competição em que o último é mulher do padre. ‘<em>Devagar que eu tenho pressa’</em>, é a frase que eu prefiro. Não ter receio de se conhecer também deveria fazer parte do aprendizado para saber quem apresentar as outras pessoas.</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-74812773876060402282012-02-17T16:24:00.003-02:002012-02-17T16:26:32.196-02:00Pequenas Felicidades (blogagem coletiva)<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><div align="center" class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZE6kbbKzGqhnH_t0ccBKmk066qeaMxlYY9vI0QDZYNzE_GeC9RPtKLQ3YMStk7o9o5oZ3FiTaDkZovYsyTzUoDs3sbMsJfx6t6lHw2eZaD2FwDbbWTj77oL2gWFaAQmYIoGwcYgvxvA/s1600/BLOGAGEM_COLETIVA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZE6kbbKzGqhnH_t0ccBKmk066qeaMxlYY9vI0QDZYNzE_GeC9RPtKLQ3YMStk7o9o5oZ3FiTaDkZovYsyTzUoDs3sbMsJfx6t6lHw2eZaD2FwDbbWTj77oL2gWFaAQmYIoGwcYgvxvA/s1600/BLOGAGEM_COLETIVA.jpg" yda="true" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Não conheço o blog de onde surgiu o tema desta blogagem coletiva, mas li a postagem de uma amiga sobre isso e acabei me inspirando pra produzir um também. "Pequenas Felicidades". Só esta expressão me instigou muito. Afinal, a gente mede felicidade? Tem como ser feliz só um pouquinho ou só por um instante? E quando o motivo daquele bem-estar que surge inesperadamente é aparentemente simples, corriqueiro e espontâneo?<br />
<br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Diz a sabedoria popular que Deus está nas menores coisas e nos acontecimentos mais simples. Eu gosto disso. Gosto de pensar em Deus quando sinto uma leve brisa no fim de tarde de verão. Quando as flores de uma árvore lá perto da minha casa caem e deixam o chão forradinho, numa beleza que transcende as tentativas frustradas dos moradores de descobrirem o nome do fruto que nasce dali.<br />
<br />
Gosto do pôr-do-sol que as aulas e o trabalho raramente não me furtam, e que eu posso observar da janela da cozinha da minha casa. Do gosto da manga daquele pé, que fica pertinho da casa da minha avó. Só por esses e outros vários presentes ofertados pela natureza, acho mesmo que Deus está nos detalhes.<br />
<br />
Quanto à minha lista de pequenas felicidades? Sem querer eu acabei fazendo uma, mas mesmo assim gostaria de compartilhar algumas das felicidades recentes que tive:<br />
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<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- Ligar o rádio, procurar uma estação e ser surpreendida por uma música pouco conhecida de uma banda que gosto muito tocando;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- O sorriso singular da minha afilhada, do alto de seus seis meses, banguela e descabido naquela boca miúda;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- Ouvir uma frase cantarolada e lembrar do período passado noutra cidade, amigos e anseios...</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- A risada do meu avô, os olhos brilhando, quando eu conto alguma travessura da minha irmã;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- Encontrar os calouros do meu curso e lembrar da Stéfany tão diferente que pisava ali pela primeira vez;</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">- O jeito como minha cadela me recebe quando volto a casa, sempre tão carinhosa e ansiosa. Como se esse nosso reencontro marcado, fosse sempre a melhor parte do seu dia.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">A sensação que eu tenho é que pequenas ou não, essas felicidades são fugazes. Na tentativa de prendê-las à descrição, já foram. Mesmo assim é sempre bom ter um pouco daquilo guardado com a gente. Pensando bem, acho que a única felicidade eterna que nos permitiram ter é a memória! </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"></div><br />
<br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-91039221721768485752011-12-21T00:33:00.001-02:002012-09-05T19:56:17.673-03:00Valeu, Barcelona!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh-KjuMk1ptY5EaOMednRT1jH7Pwx8shZ3GsquWBfagbQ_RnvsuksqyYogWBLgJUvbOER1ChOiRDT7rya62dDxALcqpeuCGZJ3ziPRBqwEo5_0ujijrUZQlxVZQrfGZ83BEfGcJELefg/s1600/santos_barcelona.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh-KjuMk1ptY5EaOMednRT1jH7Pwx8shZ3GsquWBfagbQ_RnvsuksqyYogWBLgJUvbOER1ChOiRDT7rya62dDxALcqpeuCGZJ3ziPRBqwEo5_0ujijrUZQlxVZQrfGZ83BEfGcJELefg/s320/santos_barcelona.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">A divulgação era grande. De um lado, um time experiente, entrosado e repleto de bons jogadores, vinha embalado. Do outro, apesar do não favoritismo, um clube pretensioso viajava confiante nas atuações individuais de suas prematuras revelações.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Prometia-se um partidão. A excelente desenvoltura de um jogador que ainda cedo fora rejeitado pelos clubes devido a sua baixa estatura, versus empolgação de um ousado iniciante menino da vila.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Houve quem dissesse que sozinho Neymar resolveria a partida e traria o título para o Santos. Houve quem questionasse a presença do estiloso jogador santista em campo. Acontece que, como alguns já observaram, um único jogador não vence um time inteiro. Se o peixe gabava-se de ter Neymar, os europeus puderam dar-se ao luxo de contar com Messi e mais 10 jogadores habilidosíssimos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E assim, o previsível saltava aos olhos: Deu Barça. Uma goleada sem nenhum contra-ataque do time adversário. Naquela manhã de domingo, vencia a qualidade esportiva. Mais do que isso, era o trabalho em equipe e a humildade que também levantavam a taça do mundial de interclubes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para quem não soube enxergar os indícios na partida, o técnico europeu deu mais algumas dicas. Indagado sobre o valor financeiro necessário para reunir um grupo de craques, vinha a primeira pista: “Custo zero. Eles saíram da base”. Quanto ao segredo do futebol, um banho de água fria; Ele disse que os jogadores apenas estavam tocando a bola o mais rápido que podiam, e que isso não era grande novidade, uma vez que seu avô e pai já contavam que nós brasileiros fazíamos isso há tempos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Onde foi parar nosso futebol então? Desconfio que tenha se perdido em leilões afora, desses que são feitos sempre que uma “estrela” de nome internacional resolve voltar e os clubes brigam para pagar-lhe o salário mais alto. Talvez tenha sido deixado de escanteio na medida em que propagandas de celular, refrigerantes, TV a cabo e a vida afetiva passaram a render mais holofotes para os atletas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sinto que o futebol de verdade anda cada vez mais distante, sempre que uma nova foto do Neymar fazendo qualquer outra coisa – menos jogando bola – vira capa de revista, ou quando ele aparece “irritado” explicando que a mulher fotografada ao seu lado não representa nada sério e que ele continua solteiro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi-se o tempo em que tínhamos atletas. Hoje temos celebridades que estão sempre na balada, imitam o João Sorrisão, e estão mais preocupados em apresentar um corte de cabelo moderno que em acertar passes. <br />
<br />
Não conheço muito do estilo europeu, mas posso afirmar que naquela manhã assisti a um jogo de um time de figurantes brasileiros travestidos de jogadores (sempre fazendo trejeitos para as câmeras) contra atletas que entraram em campo despidos de vaidade. É claro que venceu quem sabia de fato jogar bola. Obrigada por mostrar ao mundo que o bom futebol ainda existe, Barça, Messi, Daniel Alves e cia!</div><br />
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Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-12774014861770365632011-10-12T22:54:00.000-03:002011-10-12T22:54:15.734-03:00Dia de quem?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWdEKvYT-7q9jhbRMLkhwU9Id_AYt-DElhRpADMhk8i7g93hKqg_e8bPvKaxni6i3kRJ-1HPxZcLffm2ur-CPfgMrEveiwMLHDBCbtn6FJ_9I7xPy8E72-6sgKM8p5GUcLOU7NpX6dLA/s1600/crian%25C3%25A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWdEKvYT-7q9jhbRMLkhwU9Id_AYt-DElhRpADMhk8i7g93hKqg_e8bPvKaxni6i3kRJ-1HPxZcLffm2ur-CPfgMrEveiwMLHDBCbtn6FJ_9I7xPy8E72-6sgKM8p5GUcLOU7NpX6dLA/s320/crian%25C3%25A7a.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sabe uma daquelas cenas que congelam na tua mente e por mais que não seja novidade, mexe contigo e você passa um tempo até conseguir digerir? Presenciei não faz muito tempo, no início de tarde, num supermercado aqui de Maceió.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na entrada, panfletos e anúncios de ofertas de brinquedos e demais produtos destinados à criançada eram largamente distribuídos. Para impressionar ainda mais a quem estava chegando, algumas novidades no que diz respeito ao entretenimento infantil foram estrategicamente expostas e bem posicionadas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estava em direção a porta de saída, quando avistei um menino parado nesse mesmo corredor de exposição. Sujo e mal vestido, ele estava totalmente hipnotizado pelo brinquedo que o vendedor acabara de montar para exibição: Um desses carros que cabe uma criança dentro e cuja tecnologia possibilita dirigir o pequeno veiculo. Exatamente ao lado, separados apenas pela porta de entrada/saída, um senhor bem vestido estava encostado num balcão, enquanto reclamava pela demora do vendedor em testar uma outra unidade do mesmo produto exposto que ele havia comprado há pouco tempo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Que ironia. O mesmo brinquedo, tão distante para o garoto de rua que sequer foi notado pelo homem e pelo vendedor (mas, certamente pelo segurança), estava facilmente ao alcance do cliente e da possível criança a quem ele ofertou o presente. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Saí da loja mais pesada do que entrei. Com a sensação de que o comércio e o meio publicitário são dois meninos mimados que fazem promessa de felicidade instantânea a alguns, enquanto se lixam para outros, sem o menor pudor. Mais ainda, fiquei me perguntando, hoje, quantas crianças ficaram de fora dessa comemoração que foi feita... Pra quem mesmo? </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">É curioso. Não preciso andar muito pela cidade para ver crianças pedindo esmola, limpando vidros e vendendo balas no trânsito, nem de uma busca mais detalhada para saber que em muitas escolas públicas alunos estão sem merenda por que há desvios de verba, que após um ano em que ocorreu a enchente, ainda falte moradia digna, e o pior de tudo, que ocorram tantos casos de abusos sexuais contra crianças no Estado. E a pergunta inevitável que fica: E com essas, será que alguém se importa? </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Abrir lojas no feriado não resolve. Dividir em 10x em todos os cartões ou no carnê da casa também não. Nossas crianças precisam de cuidado, só que infelizmente isso não se acha em liquidações de shopping centers.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-15271967813532553512011-06-12T19:59:00.003-03:002011-11-04T21:11:26.986-02:00"Deixa vir do coração..."<div style="text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFZ4VGin919-tBiVhi5j4H1nVgfVKe3ToMgjUCq9gM6xeioppQ0dyUfx927wnE7CK6OwDM4UzRGro_18x9khT0hYd8nyo2Rop6qyHmeuGn00yHTYZ7z4eIhzchif5Bpp8sKgKmFu-rlA/s1600/meu-primeiro-amor.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFZ4VGin919-tBiVhi5j4H1nVgfVKe3ToMgjUCq9gM6xeioppQ0dyUfx927wnE7CK6OwDM4UzRGro_18x9khT0hYd8nyo2Rop6qyHmeuGn00yHTYZ7z4eIhzchif5Bpp8sKgKmFu-rlA/s1600/meu-primeiro-amor.jpeg" t8="true" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como faço algumas vezes na semana, fui buscar a prima na escola. Dessa, cheguei um pouco mais cedo e fiquei a sua espera no banco do pátio. Tempos depois, alguns colegas de sua sala começaram a sair. Inclusive conversei com um, que veio me dar um bombom, e posteriormente, o conselho de ir até sua sala de aula.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Resolvi ouvir a dica do garoto e ir até lá procura-la. Chegando à sala, uma reuniãozinha de meninas acontecia. Todas falavam ao mesmo tempo, mas, pela cara de indecisa de uma delas, supus que era sobre o seu “problema” que discutiam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O fato era que a tal menina, que contou ter vários pretendentes (inclusive o menino que me deu o chocolate), tinha sido convidada para ir ao cinema por um deles. Justamente pelo qual nutria um sentimento recíproco. Daí por isso, ela, que não era tímida, mas ficava inquieta ao tocar no assunto, pediu a opinião das colegas mais próximas sobre o que fazer. Até mesmo a minha, que vinha chegando sem saber de nada, e rapidamente fui colocada a par do assunto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Achei aquilo uma graça. Mesmo. A situação toda sabe? Se estivéssemos na “Era Bispo”, definiria como experiência estética. Mas, como quase jornalista, e com o pé fora da escola e das confusões pré-adolescentes, um flash (aesthesis? hahaha) me passou pela cabeça, trazendo uma nostalgia gostosa dessa época (época foi fogo, to me sentindo uma anciã agora).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É mais ou menos assim: a gente morre de amores por alguém, e morre de vergonha que os outros percebam também. Falar, encontrar com ele então... É tudo muito mais baseado em olhares. As coleguinhas sabem, a “tia” da escola percebe, até as primas, que nem conhecem o menino, já ouviram falar no seu nome. Quem pouco sabe ou desconfia é o dito cujo. Embora a gente jure que ele dê vários indícios de que também esteja afim. Aquele que chega perto de você e te deixa nervosa, tremendo, falando mais bobagens do que o normal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A menina falava o nome do pretendente pelo menos uma vez a cada frase, e nem deve ter percebido. Aceitar ou não o convite parecia ser o dilema de sua vida. Como se a partir daí, parafraseando Belchior, ela fosse decidir se “<em>viver é melhor que sonhar</em>”. Indecisa, parecia que ela tinha medo de que o choque do encontro não fosse lá tudo o que sempre sonhou, e pudesse acabar de vez com todas aquelas fantasias sonhadas sozinha, alimentadas por olhares, bombons e cartinhas sem assinatura.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E eu aqui comigo, achando tudo a coisa mais linda. Relembrando tempos em que o tal do amor parece ser tão simples, feito esse convite pro cinema, decidido num (suposto) sim. Onde gestos, conversas, gargalhadas compartilhadas, tudo isso não cedesse espaço ao beijo sem química, sexo no primeiro encontro, telefonemas dados ou não depois?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por enquanto ele encontra-se em sua forma mais pura. Alguns podem dizer que beira o platônico. Ideal... Pelo pouco que conversei com ela, naquela manhã, talvez. Mas, acredito que ele possa vir a desabrochar lentamente, tipo uma outra música do Djavan (Flor do medo) : “<em>Pode até ser sonho e tal, mas pode até ser que seja amor...”.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div align="center"></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-42864663966057462122011-01-21T15:13:00.011-02:002011-11-04T21:47:24.322-02:00"Ronaldinho vai voltar, aleluia" (?)<div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi83mD9jW15xvpk9C38f6qHoeqnemo1KbaqRjoBh-Snpcgeyy56Li99Cv94poSuDT73dQuaUc2kjDM8_TOft9RHGSfa129F6T4Wzs1_RaPkQNEtlnlTmkeikaGilskodxYfKGOzarNQ_w/s1600/r10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="245" s5="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi83mD9jW15xvpk9C38f6qHoeqnemo1KbaqRjoBh-Snpcgeyy56Li99Cv94poSuDT73dQuaUc2kjDM8_TOft9RHGSfa129F6T4Wzs1_RaPkQNEtlnlTmkeikaGilskodxYfKGOzarNQ_w/s320/r10.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Duraram alguns meses as especulações em torno do time que teria a “sorte” de ter Ronaldinho Gaúcho como seu camisa 10. Flamengo, Palmeiras, e principalmente o Grêmio, time em que o rapaz iniciou sua carreira como jogador profissional, eram os mais interessados. <br />
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De acordo com a Globo.com, Ronaldinho afirmou que “por ele já estava no grêmio”, e durante algum tempo chegou-se até a improvisar uma possível contratação, que foi cancelada posteriormente, já que o percentual de chance para levar o “presente” para casa, indicava um sortudo time rubro-negro. Tudo isso por que (ainda segundo a Globo.com), Assis, empresário e irmão do jogador, teria exigido do time gaúcho um aumento na proposta salarial para que a contratação fosse de fato fechada. Irritado com a exigência, o presidente do clube teria retirado oficialmente a proposta para contratar Ronaldinho, que assim, ficou mais perto de assinar com o Flamengo.<br />
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Gremistas se irritaram, colorados fizeram piadas com os rivais, flamenguistas começaram imediatamente a fazer bandeiras, caricaturas e confeccionar camisas para a comemoração da contratação da mais nova estrela do clube carioca.<br />
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Confesso que acredito que Ronaldinho até possa ser de grande valia para o Flamengo, mas antes mesmo de ensaiar uma comemoração, me dou conta da tamanha falta de respeito cometida contra o futebol, ou melhor, a que precipício o estamos levando, e então não consigo me alegrar.<br />
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Ronaldinho disse amar o grêmio, mas também deixou claro que só beijaria a camisa tricolor diante de um belo acordo financeiro. E assim é acatado pelos dirigentes dos clubes, que começam a competir entre si para ver quem oferece a melhor oferta salarial. Com isso, o esporte deixa cada vez mais de ter alguma relação afetiva com o atleta, que passa a jogar considerando muito mais o retorno financeiro, que o amor ao time.<br />
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Ronaldos, Adrianos e tantos outros. Jogadores que almejam a carreira internacional, e ao invés de amadurecerem a partir dos desafios que lhes são propostos, vivem como moleques, metendo-se em confusões e incapazes de seguir uma rotina regrada de treinos. Tão logo começam a ter problemas, e se "desvalorizar" como profissionais, voltam aos times brasileiros, cujos presidentes precisam se esforçar para conseguir tais "celebridades" em suas escalações. Os caras voltam, marcam uns gols aqui e ali, e de repente viram os ídolos da torcida. Tá tudo certo e ninguém mais lembra de nada.<br />
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E assim, meninos como Neymar vão sendo criados, sentido-se estrelas e achando que saber jogar futebol lhes dá o direito de pisar, além do gramado de grandes clubes, treinador, colegas, e quem o estiver incomodando.<br />
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Não quero bancar a saudosista, até por que não dá pra sentir saudade do que nunca se presenciou, mas, antes vivêssemos em épocas como a de Zico, memorável jogador rubro-negro, que jamais vestiria uma camisa vascaína, aquela mesma ostentada por Roberto Dinamite. <br />
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Nem de longe aquele flamengo em que Zico triunfou lembra o clube atual, que o cuspiu fora (e quase fazia o mesmo com Petkovic, que corria sérios riscos de ser demitido enquanto passava férias na Sérvia), e agora conseguiu abocanhar Ronaldinho.<br />
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Como bem disse, concordo que Gaúcho seja um bom jogador, e o queria nos gramados brasileiros vestindo a camisa rubro-negra. Desde que eu não fosse uma admiradora do futebol em si. Dessas que acreditam que amor e esporte não se separam. Que se joga muito mais por raça que para acumular fortunas (principalmente quando já se tem uma). Uma pena que tão logo o rapaz faça a rede balançar, todos os capítulos deste lamentável leilão seja esquecido e seu nome, gritado por torcedores ludibriados pela fama de um jogador cuja personalidade não honra o talento esportivo. <br />
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</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-28873503808623481922010-11-24T01:23:00.006-02:002012-05-01T12:20:21.739-03:00A noite em que a juventude me fez bocejar<div style="text-align: justify;">Não faz muito tempo, fui convidada por alguns conhecidos a ir numa festa beneficente que eles estavam organizando. O intuito era arrecadar fundos para uma viagem que um grupo de estudantes faria com o time da escola. Parecia ser uma noite bacana: além do clima de empenho e união, quatro bandas de estilos distintos iriam animar o evento, que também parecia agregar gente bonita e animação.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cheguei ao local e logo iniciei um dos meus hábitos favoritos (acentuado pelo fato de não conhecer a maioria dos presentes), observar. Percebi que se tratava de, em sua maioria, adolescentes com menos de 18 anos. Coisa que eles pareciam tentar esconder, visto que tentavam se comportar de uma forma mais madura, esta soando forçada e artificial.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nas mesas, principalmente aquelas compostas por meninos, prevalecia o consumo de cigarros e bebida alcoolica. Com jeito de que treinaram a melhor forma de segurar a droga entre os dedos, eles davam algumas tragadas, enquanto fazem a linha “poser”. Logo depois, um grupo de amigos aos quais chutaria quinze anos, se reunia em volta de uma mesa com duas latas de cerveja, e vários copos de plástico, cada um com pouco menos da metade, enquanto conversam e davam alguns goles na bebida, como se estivessem tentando “acostumar-se” mutuamente com a ingestão do líquido que lhes parece conferir algum título de status.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Cerveja, vodca pura ou com red bull, caipiroskas e caipirinhas. Tudo era consumido como água, eu arriscaria comparar com a “água da juventude”, uma espécie de ação que remeteria ao seu atuante uma imagem de ousadia e liberdade que eles tentavam a todo custo provar ter.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto os meninos tentavam se firmar como homens através dos vícios, percebí as meninas tentando aproximar-se das mulheres, buscando um ideal de sedução que ainda não lhes cabe. Uma grande corrida em busca da feminilidade, que muito mais se aproxima do vulgar e do superficial.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Rostos carregados de maquiagem, cabelos esticados, como que obrigados, independente de sua forma natural, a seguir a ditadura do liso, transparências, decotes, roupas justas, saltos enormes e pesados, aliás, estes são o último dos adereços que muitas acreditam compor o ideal de um visual perfeito, mas que pela inabilidade em usá-los, acaba por gerar, em sua maioria, um andar lento e desengonçado, que deve ser o oposto da impressão “sensual” que queiram passar. <br />
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O pior de tudo é que, na tolice de se aparentar o que ainda não se é, acabou criando-se, por parte da ala feminina, uma espécie de convenção de estilos de roupa a que se usar, de modo que naquele evento, tive a impressão de que todas vestiam as mesmas peças, e, ao invés de passarem a imagem de mais velhas, adultas, ousadas, acabaram assumindo a que faixa etária pertencem.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Enquanto estive no evento, cercada por uma geração ao qual não me identifico – e que muito frequentemente tem me presenteado com a sensação de velhice precoce – fiquei observando estes comportamentos, que provocam o efeito contrário do que esperam quem os coordena, e, comecei a sentir um enorme cansaço, na mente, só um questionamento: "O que eu tô fazendo aqui?". <br />
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Talvez, a única coisa que conseguiu prender minha atenção foi a banda de pop rock que se apresentou. Se ali teve uma coisa que poderia ter sido exaltada, seria essa galera, que está formando suas primeiras bandas, deixando também transparecer que só queria mesmo ter a chance de mostrar o que curte fazer, já que, para dar uma força aos amigos, apresentaram-se apenas pela consumação. Bom saber que dentre um pessoal que escolhe os caminhos errados para se firmar, ainda tem outros tentando aprender a ser “gente grande” da maneira tradicional... Encarando os erros e tropeços de cara limpa, e sem precisar vestir nenhuma fantasia.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-24224440868651806702010-10-21T00:02:00.007-02:002012-05-01T12:35:07.625-03:00"São sempre as causas perdidas que mais emocionam"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc0heF7rS1X7Gi5VJzzYtcxjPVhbJFwDI9Qe4N5OrbotOkCvQiApkXCs9WCq6IetI7fggbMPUoy5j9wNAIAxKsIR6xvghdOyVLuKI0RO7-79hCXiNt_TPV1bmcpk5o8jty_Lzj0gtIow/s1600/SAM_2009-3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ex="true" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc0heF7rS1X7Gi5VJzzYtcxjPVhbJFwDI9Qe4N5OrbotOkCvQiApkXCs9WCq6IetI7fggbMPUoy5j9wNAIAxKsIR6xvghdOyVLuKI0RO7-79hCXiNt_TPV1bmcpk5o8jty_Lzj0gtIow/s320/SAM_2009-3.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Tenho me descoberto cada vez mais encantada com essa imprevisão e a falta de controle que tenho, e temos, enquanto seres humanos, em relação ao futuro. Isso de que por mais que a gente deseje algo, idealize, faça planos e até torça para que aconteça, mas não tem a menor certeza do que está por vir, cada vez me surpreende e tem me emocionado. Acho até que são os acontecimentos mais bonitos, os que nascem fruto dessa inabilidade em programá-los. </div></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em contrapartida, acredito que estar ciente de seus desejos e objetivos, bem como ir ao seu encontro, é fundamental para que tenhamos a chance de atingi-los, e a partir daí, paciência, para que tudo conspire a favor. Comecei a escrever isso há umas semanas atrás, relativamente no mesmo período em que me aconteceram coisas tão inimaginaveis dentro do imaginavel, que me fizeram refletir ainda mais.<br />
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</div><div style="text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Creio que muitos saibam da minha admiração por Humberto Gessinger. Cantor, compositor, instrumentista e escritor. O próprio título do blog faz menção às músicas do Engenheiros do Hawaii, grupo liderado pelo músico e que agora está em pausa. É por causa dessa admiração declarada que eu fui para Recife no início de outubro, assistir ao show que ele faria, agora com o Pouca Vogal. Isso já era motivo suficiente para uma felicidade duradoura, mas, o que eu não esperava acontecer, era ter a chance de ver bem de perto este gaúcho tão querido.</div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É verdade que as coisas não foram tão lindas assim, e que eu tive de fazer algum esforço para conseguir passe livre até o camarim da “menor banda de rock gaúcho do Brasil”, mas é justamente por essa chance ter chegado, da forma meio atrapalhada, meio desplanejada, e, sobretudo, pela fé no imprevisivel, que torna o momento digno de fazer parte do meu retalho de recordações.<br />
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</div><div style="text-align: justify;">Gostaria de poder descrever aqui o que se sente quando momentos tão esperados, e por que não inesperados como este batem à sua porta, mas, até hoje, nas várias descrições que fiz, as várias pessoas que vieram me perguntar como consegui tal façanha, jamais conseguidescrever a sensação de estar de frente com aquele cara cuja ligação com você até então se dava pela presença da ausência. Só sei que eu tremia, e como tremia, enquanto abria um sorriso enorme, como se estivesse de fato, reencontrando pela primeira vez, um velho amigo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Acho que posso apenas agradecer ao acaso, tempo ou destino, quem quer que seja o diretor desse infinito filme chamado vida, que definitivamente, ninguém sabe por onde anda. Decidi que eu to fora de previsões, por que mesmo que incomunicável, ele tem garantido os melhores finais. E que bom também que eu não fui até lá pra desistir no meio do caminho, pois numa noite em que até Luiz Gonzaga, no táxi que trouxe Humberto até aqui, lhe dava razão, lá fora Recife virou mesmo uma ilha. Neste fim de semana, pude reforçar a constatação: São mesmo as causas perdidas, as mais emocionantes.</div></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Valeu, Gessinger! (E claro, Duca!) </div></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg19t6-zO7GOLVAcrWNiGhQP1aSbUGSRCP7nLtvP16n5TLTZV-1yB8qpOd5uycaU03CLR9S0Xw-GGF_hr7gr5_QNK86BXxjlVg4EqFDNH_kHfkNB5ZvXiGZhbZPuyy2tNTBQ9cVKZsENw/s1600/SAM_2010-4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ex="true" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg19t6-zO7GOLVAcrWNiGhQP1aSbUGSRCP7nLtvP16n5TLTZV-1yB8qpOd5uycaU03CLR9S0Xw-GGF_hr7gr5_QNK86BXxjlVg4EqFDNH_kHfkNB5ZvXiGZhbZPuyy2tNTBQ9cVKZsENw/s320/SAM_2010-4.jpg" width="320" /></a></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-31585421631595265502010-07-12T18:58:00.006-03:002011-11-04T11:39:45.172-02:00Quando o herói vira vilão<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;"></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMlFfcbTQ9E2vo5EWas8EVxOjLIbNbi62D7d5Rji3G7RUmgCCUdXzpuAhbvkFYBGmkH-TprqYWN6ZRo8qOp0bq1aoYVAl1WHqF3bXL8-uT92QFRl0R2B8XtOJnHCY2tE1D52Xjzx9RzA/s1600/bruno.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200px" rw="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMlFfcbTQ9E2vo5EWas8EVxOjLIbNbi62D7d5Rji3G7RUmgCCUdXzpuAhbvkFYBGmkH-TprqYWN6ZRo8qOp0bq1aoYVAl1WHqF3bXL8-uT92QFRl0R2B8XtOJnHCY2tE1D52Xjzx9RzA/s200/bruno.jpg" width="156px" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Após a enorme exploração midiática do assunto Copa do Mundo, parece estar chegando aos capítulos decisivos o polêmico caso envolvendo o goleiro Bruno Souza. </div><div style="text-align: justify;">A minha intenção aqui não é trazer novos relatos do ocorrido ou jogar mais lenha na fogueira. Pelo contrário, acho que esse ofício muitos já tomaram para si, e o fazem (muito) bem. Eu gostaria mesmo de falar enquanto torcedora do time em que o Bruno era bastante aclamado, e mais ainda, como admiradora do futebol, e entristecida com o rumo que este vem tomando.</div><div style="text-align: justify;">O que aconteceu com o Bruno, foi (até certo ponto) mais uma eventualidade que ocorre com alguns jogadores (e) famosos. Envolvimento com muitas mulheres, gravidez indesejada, e posteriormente o pedido de pensão alimentícia. História que a gente ouve falar desde os primórdios, onde tal acontecimento era vulgarmente chamado de "golpe da barriga". Romário, Vampeta e até mesmo Pelé, são exemplos de jogadores que assumiram filhos frutos de relacionamentos extra-conjugais e hoje fornecem pensões.</div><div style="text-align: justify;">Não procuro condenar ou defender nenhum partido, pois não acredito que sejam unicamente as mulheres as culpadas por deixarem-se engravidar ou os homens, que buscam satisfazer seus desejos sexuais. Observo é que acaba rolando uma relação dinheiro x posse.</div><div style="text-align: justify;">São jogadores que logo ao iniciarem suas carreiras profissionais ganham altas quantias, e alguns parecem ficar deslumbrados com a fama, e o status social que vem agregado a tudo isso. Com o primeiro salário, carros do ano, jóias enfeitando todo o corpo, e na mesma proporção em que compram mercadorias, passam a comprar corpos belos e esbeltos. Uma troca de serviços na qual o comprador busca o prazer momentâneo, e o vendedor deseja a remuneração a longo prazo.</div><div style="text-align: justify;">Houve a falta de responsabilidade, mas Bruno teria plenas condições financeiras de arcar com as despesas para a criação de seu suposto filho. Em vez disso, se for mesmo confirmado o crime, teria conspirado para a realização de um ato de perversão e burrice, tirando a vida da ex-amante, e condenando ao menor à mesma vida ausente de carinho materno que ele e Elisa tiveram. </div><div style="text-align: justify;">Entristeço-me com relação ao bebê, que chegou ao mundo de uma maneira tão turbulenta e desorientada, e que agora passa de mão em mão, sem um tutor definido. E claro, também pelo excelente <strong>profissional</strong> que o meu time acaba de perder.</div><div style="text-align: justify;">Com 1,90m e 2,40m de braços esticados, Brunoe era carinhosamente chamado pela torcida de "muralha", por ser o terror de certos adversários que tentavam, tentavam e simplesmente não conseguiam fazer nossa rede balançar. Nesses mais de três anos jogando pelo Flamengo, com a minha admiração e de outros milhares de torcedores, ganhou o ofício de capitão do time.</div><div style="text-align: justify;">E agora José? Tudo isso vai se transformando em decepção, a maneira em que mais e mais indícios se voltam contra o jogador. E o que era talento, infelizmente acaba sendo comprometido pela má conduta do rapaz de apenas 25 anos, que poderia ir ainda mais longe em sua trajetória de sucesso nos gramados, mas que, ao que tudo indica, dificilmente voltará aos campos outra vez.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-22691266922200914832010-05-14T20:38:00.005-03:002011-11-04T11:51:20.392-02:00"Chuva de containers, entertainers no ar".<div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_7KUy83VMMKmxrqw84yBzcWECBXUrl1IO4QIhy3DrymWYNUNlYTMtkqAHtZ6OZFAM7WuPFpAjzIO4hAJ8rjFtx9IMeZ29gJvuIEXHJoDnIay-R0xrD-kp4oq5w5-IUZRQB6VmgX2J7g/s1600/300320091232571.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_7KUy83VMMKmxrqw84yBzcWECBXUrl1IO4QIhy3DrymWYNUNlYTMtkqAHtZ6OZFAM7WuPFpAjzIO4hAJ8rjFtx9IMeZ29gJvuIEXHJoDnIay-R0xrD-kp4oq5w5-IUZRQB6VmgX2J7g/s200/300320091232571.jpg" width="190px" wt="true" /></a></div><br />
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<div style="text-align: justify;"><em>Big Brother Brasil. Rebolation. Carnaval. Ressaca do carnaval. Gaiola das Popozudas. Sorria, você está na Record. Plantão de Polícia. Quem deve deixar a casa? Vote agora! A fazenda. O Fuxico. Copa do mundo. Esquadrão da moda. Zorra Total. Casseta e Planeta. Gugu ou Faustão? NxZero. De volta pra minha terra. Swinga, Requebra, Samba Maceió.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sabe aquela época lá do colégio em que você se sentia sufocado assistindo aula de química e torcia pra tocar logo pro intervalo? Então, parece que agora todos nós podemos pular essa parte chata e ir direto pro pátio, para a hora do recreio!</div><div style="text-align: justify;">Não entendeu como? Super simples. Basta ligar a televisão ou outro meio de espaço midiático e observar o estilo de conteúdo ao qual estamos constantemente sendo bombardeados.</div><div style="text-align: justify;">É o regime novo de alguma atriz, um cantor que está de casinho novo, a filha de um outro artista, que nem é do meio, mas já ganha condição de celebridade, ou mesmo o seu Zé da esquina que foi ferido num episodio violento, e ainda agoniza, enquanto as câmeras se voltam atentas para o seu corpo. </div><div style="text-align: justify;">“<em>Por que a noticia é um show</em>”, diz frequentemente um locutor de um programa de rádio AM. E baseados nesse espetáculo é que os meios de expressão da mídia resolvem agir. Programas e noticias que coloquem o expectador á par de seus direitos, são desconsiderados, porém o BBB, o rebolation e outros tantos dentre os citados acima, que nada nos acrescentam, chovem aos montes.</div><div style="text-align: justify;">E digo isso por que me recordo da época em que o BBB ia ao ar; numa certa manhã, ligo a TV e me deparo com Ana Maria Braga e mais meia dúzia de famosos discutindo e analisando o perfil de cada participante do reality, e o rumo que este poderia tomar à medida que os jogadores fossem saindo. Custei a acreditar que em meio a tantas questões mais serias a serem discutidas, um programa dedicasse tanto tempo (e reflexão) a algo tão banal. Audiência...</div><div style="text-align: justify;">Algumas semanas antes, logo após o carnaval, o Faustão trouxe o vocalista do Parangolé para ensinar a dançar o “Rebolation”, e perguntou a ele de onde surgiu inspiração para compor tal sucesso (parece até ironia), sim, o cara é compositor, e a inspiração veio quando ele assistia a vídeos no youtube. (Posso fazer uma lista de bandas que mereciam aquele horário para divulgação de seu trabalho).</div><div style="text-align: justify;">Sem falar nas tragédias policialescas televiosionadas em pleno horário de almoço, em que são transmitidas conversas com o acusado diretamente na cela, filmagem de corpos recém - assassinados, além de entrevistas com os parentes ainda em choque que acabam de saber do acidente.</div><div style="text-align: justify;">Após minutos de “tragédia” no ar, surge logo um merchandising, uma partida de futebol, ou o desenho animado, destinados a quebrar essa “tensão” e nos fazer voltar à passividade outra vez.</div><div style="text-align: justify;">E assim, corremos o risco de ver a brutalidade ao nosso redor e achar que ela é mesmo mais um elemento do nosso cotidiano, por que já foi tão filmado que vira rotina, e perde o poder de chocar. Dessa forma, nos acostumamos a ouvir que um amigo foi assaltado e ao invés de questionar a (falta de) segurança pública, pedir que ele tome mais cuidado, por que o mundo... “Ah, o mundo é assim mesmo...”. A gente tende a cruzar os braços e não sair da posição de contemplador. Apenas comprando ingressos, matando a sede, sendo sedados, e quando o espetáculo acaba (nem dando o trabalho de levantar-se) pegar o controle e mudar de canal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div align="justify"><br />
</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-15518962578046343892010-03-31T01:42:00.007-03:002011-11-04T11:57:41.187-02:0050 anos de Renato Russo<div align="center"><div align="center"></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQEJwNO5AKzG-h6wFT3MdumUF3p7JGh4BtlcDgIYaEjoQJWI-dDAKSZUd_ylA2sGp73QB0gSBXfTbFCumwCZ1HaET-P_Mfyqx1vxHoNlpBjTUAVLtijvvdpuButEZRLvAtJSVnQ9xWuw/s1600/Renato_Russo.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5454653972160341074" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQEJwNO5AKzG-h6wFT3MdumUF3p7JGh4BtlcDgIYaEjoQJWI-dDAKSZUd_ylA2sGp73QB0gSBXfTbFCumwCZ1HaET-P_Mfyqx1vxHoNlpBjTUAVLtijvvdpuButEZRLvAtJSVnQ9xWuw/s320/Renato_Russo.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 264px;" /></a></div><div align="justify"><br />
Quem me conhece pelo menos um pouco sabe do meu apreço pelo rock da década de 80. Então, já que andei sumida, não vejo hora melhor para postar, que não seja em meio às comemorações do 50º aniversário de Renato Russo, integrante de uma das minhas bandas nacionais favoritas.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Não procuro levantar nenhum tipo de fanatismo (pra falar a verdade nem gosto do termo fã) ou certo apego ao passado, longe disso, sou só mais uma necessitada de música de qualidade, e que sofre para encontrar sons agradáveis (à cabeça e) aos ouvidos desde que bandas como a Legião Urbana pararam de produzir.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Talvez por que a impressão que tenho ao entrar em contato com nosso rock nos dias de hoje é de estagnação, falta de conteúdo, e, sobretudo de causa. Principalmente se pararmos pra analisar o histórico das produções musicais anteriores. No momento que antecede a aceitação e consequente consagração do rock oitentista estava a MPB e a Bossa Nova, carregadas de manifestações contra a opressão e a ditadura.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Após esse descontentamento, surgiram as primeiras bandas de rock, formadas por jovens que queriam dar uma nova "cara" à esse estilo no Brasil, que antes dependia de esporádicas apresentações de artistas internacionais como The Police e Van Halen.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Jovens como Cazuza, Gessinger e mesmo Renato, que faziam da música uma forma de expressão de suas concepções a cerca da fase em que viviam, seja ela de cunho social, político ou sentimental.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Percebia-se que as composições próprias tinham importância para tais artistas. Notamos no próprio Renato, uma grande facilidade em alcançar dimensões distintas. Basta, por exemplo, ouvir Vento no Litoral e Geração Coca-Cola, para perceber tais diferenças.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Talvez por que até aí o lance da música como produto e do ouvinte como mero "consumidor" ainda não estivesse tão escancarado. Por ser um estilo recente, a onda era se divertir. Compor, tocar, em meio à noitadas, bebidas, drogas e relações afetivas efêmeras. Assim,os artistas da época eram considerados representantes da juventude de sua geração.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Após a morte de Renato e outros artistas do momento, vimos surgir, no fim de 90 e começo de 2000, um novo panorama do rock no Brasil, representados por bandas como: Nx Zero, Fresno, Pitty, CPM 22, Hateen, Strike, entre outros. O pós-punk dava lugar ao Emocore. Com composições restritas à nostalgia do amor não correspondido, a produção começou a encontrar retorno num público também menor, de 10 à 18 anos.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Dentre as poucas bandas oitentistas que ainda estão na ativa nos dias de hoje, percebe-se que algumas, como Capital Inicial e o Frejat (em carreira solo), uma perda de identidade em consequência das exigências do mercado. A maioria, como os dois citados, prefere continuar regravando grandes hits do passado, já que é uma posição mais "confortável".</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Outras, como IRA, Kid Abelha e Engenheiros do Hawaii decretaram uma pausa, antes de suscitarem virar couverts de si mesmos, como já falou o líder da última banda. Saindo da zona de conforto e acreditando que só tensa a corda vibra legal, Gessinger e Leindecker, líder da também em pausa Cidadão Quem, resolveram se juntar e ir em busca de um novo projeto, o Pouca Vogal.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Recordando agora uma entrevista dada por um artista de 80, concordo que "<em>o maior sinal de respeito de um artista em relação ao seu público é não pensar nele quando cria. Não quero que os artistas dos quais eu gosto pensem em mim quando criam, que os políticos nos quais eu voto façam pesquisa pra saber como eu quero que eles falem e atuem. Quero que eles tenham uma visão e corram o risco de encontrar ou não quem se interesse por ela."</em></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Era isso que eu sentia - e ainda sinto - cada vez que coloco uma música da Legião pra tocar. Renato, que nem era russo, e sim Manfredini Junior, compunha com total racionalidade do que estava passando, e mesmo com a possível chance de não fazer sentido para alguns, lá estava ele jogando toda a sua sinceridade no palco, mesmo como um Trovador Solitário.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Sinceridade e por que não personalidade, que parece estar cada vez mais escassa por aqui. Constato enquanto escrevo e ouço de fundo alguns cantores famosos, junto com a formação da Legião, tentando reproduzir alguns dos sucessos da banda como uma "homenagem" ao cantor que faria aniversário. Digo tentativa, por ter sido um fracasso. Seja pelos tons de vozes completamente opostos e desafinados, ou pela interpretação mecânica e nonsense de músicas tão conhecidas e adoradas, que falariam por si só.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Após tamanho fiasco, decido ficar por aqui, antes de começar a soar piegas e o tiro sair pela culatra feito o programa de Serginho Groisman. Antes, contento-me em dizer que Renato, com sua singularidade e talento, deixou uma imensa contribuição à nossa música. Ai de nós, em tempos de vazio como este, se não tivéssemos músicas e composições como as suas, para garantir a saúde dos ouvidos.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Ao Renato, os meus parabéns! :) </div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-52053508515373486352009-11-17T22:55:00.008-02:002010-10-21T00:12:31.387-02:00 <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkankVF78kImI4YM2KRDtq-oeQK6OjJ7h6NeVg7t9ew5955kP3P564stDVukJMzXyuZX_YwqnSaPCHICioXaID_dRvmWLUSGMqXH2dt9qSdTJaE_xMPqSQCRJ4ietw7MC_Cobt8OMFWQ/s1600/mulher-invisivel-poster01.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5405267471297789538" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkankVF78kImI4YM2KRDtq-oeQK6OjJ7h6NeVg7t9ew5955kP3P564stDVukJMzXyuZX_YwqnSaPCHICioXaID_dRvmWLUSGMqXH2dt9qSdTJaE_xMPqSQCRJ4ietw7MC_Cobt8OMFWQ/s320/mulher-invisivel-poster01.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 250px;" /></a><br />
<div></div><div style="text-align: justify;">O meu intuito nesse post era trazer uma recomendação de um filme que assistí antes de ontem. Mas por motivos "discussionais", o assunto acabou se estendendo e englobou o cinema brasileiro como um todo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Explicando melhor: Domingo, nada pra fazer, resolví assistir a um filme que estava de bobeira na estante. Chamava-se " A mulher invisível". Coloquei no DVD, deitei no sofá, dei muita risada e achei o filme excelente. Estava vindo colocar uma resenha sobre ele aqui no blog, e enquanto escrevia o post, comecei a perguntar no messenger se alguns amigos já o tinham assistido. Ninguém. E o último ainda acrescentou que não se interessou porque era nacional, e filmes nacionais não o agradavam.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"<em>Gosto muito de filme nacional não</em>." Eu já escutei essa frase tantas vezes, que pra falar a verdade já pensava um pouquinho mais se valia a pena levar aquele filme brasileiro pra casa ou não. Legal mesmo é filme estrangeiro, filme de Hollywood, francês... Mas os americanos é que produzem muito. A gente vai ouvindo e por vezes aprendendo a concordar. Talvez aprendendo por parte da mídia também né? já que o "auge" de um ator, é quando ele é convidado a participar de produções internacionais. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>"Agora eu vou pra Califórnia..."</em> Rodrigo Santoro que o diga. Foi um auê danado aqui no país por causa do "mudinho" interpretado por ele em "As Panteras". Quem não lembra? Eu acho que ele foi muito melhor como Lady Di em Carandiru.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sei que o investimento em produções cinematográficas americanas são bem maiores que os brasileiros, mas você já percebeu o quanto filmes estrangeiros demoram pra sair de cartaz? Antes mesmo de acabarem as férias de julho deste ano, Harry Potter e A Era do Gelo 3 permaneceram umas três semanas para serem exibidos nas salas de cinema.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Talvez falte a valorização pelas próprias empresas do ramo, que preocupadas em vender bilhete, não lembram do incentivo ao produto nacional (até existe uma lei de incentivo á cultura, mas que precisa e deve sofrer mudanças, pois na prática só vale pra filmes como o da xuxa, por exemplo).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Puro egoísmo, pura ambição. Não acho que <strong>Zac Efron</strong> e seu <strong>High School Musical</strong> melhor que <strong>Nanini</strong> e <strong>Lisbela e o Prisioneiro</strong>. Nem a própria <strong>Mulher Invisível</strong> perde para "<strong>A proposta</strong>" ou "<strong>Eu odeio o dia dos namorados</strong>" (comédias românticas estrangeiras exibidas em 2009 nas telonas). Aliás, até o rótulo comédia romântica soa pesado para o filme, já que antes de dar um finalzinho fofo para os protagonistas, ele preocupa-se em ser engraçado, utilizar situações do cotidiano, e dessa forma aproximar-se mais do "humano". (sem fazer você pensar o tempo inteiro: ai, isso só em filme...) Até mesmo a paixão platônica de Pedro é compreensível. Lógico que a parte em que ele começa a conviver e interagir com a mulher idealizada é um caso a parte. E falando em Pedro, parabéns pra bela atuação do Selton Mello, que consegue alternar momentos em que é digno de pena e piada. Claro que não me surpreendeu. Já tinha comprovado esse talento pro humor desde O auto da compadecida.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A mulher invisível, Se eu fosse você, Carandiru, Divã, Cidade de Deus, Lisbela e o Prisioneiro, Zuzu Angel, Tropa de Elite, Ensaio sobre a cegueira, O homem que desafiou o diabo, Central do Brasil...</div><div style="text-align: justify;">A lista é maior, é óbvio que não dá pra lembrar de (quase) todos, talvez por que alguns não tiveram condições de divulgação ou sequer entraram em cartaz...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Acredito sim. que temos profissionais capazes de produzir filmes de qualidade, além de um país lindo como cenário. Precisamos agora é de investimento. E claro, parar de olhar constantemente para fora, e começar a olhar pra dentro.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div></div>Unknownnoreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-70806799804243004472009-09-07T20:25:00.004-03:002011-11-04T21:34:37.847-02:00" O pop não poupa ninguém..."<div style="text-align: center;"></div><div align="left"></div><br />
<div align="left"></div><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5378881942228377938" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibjtAD1UDyGF55Gw4ku_e5RL4LWBn4ET5p_w8BB-I4dvKSivaZSo456vhswdV9zjUMAZJ9oQUy1AMysi2vJL0v9dSKXzEPxlj9xns0QtSdJXSM18Ti8iKPCXlkiWr5qPh7TXjwWpkzrA/s320/michael.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 299px;" /><br />
<div align="left"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No dia 25 de junho de 2009 vinha surgindo o mais novo assunto de exploração sem limites por parte da mídia: a morte do artista Michael Jackson. Digo isso por que lembro que na mesma noite de seu falecimento já se especulava sem parar quais teriam sido os possíveis motivos de sua morte (suicídio, homicídio ou jogada de marketing). Dois dias depois, quando caminhava de manhã pelo centro de Recife, me deparei com uma situação engraçada: todos os carrinhos de som que ví pela frente, sem exceção, tocavam e vendiam "Michael Jackson em memória", isso mesmo, nada de axé, swingueira ou forró elétrico, que é o que a gente escuta quando um desses carrinhos passam, e isso apenas com dois dias da notícia espalhada!</div><div style="text-align: justify;">Não só os camelôs tiraram proveito, mas também as lojas que tinham artigos ligados a Michael, como CDs, DVDs, camisetas, canecas, chaveiros... Tudo o que pudesse ser vendido, assim foi. E a massa correspondeu, nunca se consumiu tanto e em tão pouco tempo produtos vinculados a Michael Jackson.</div><div style="text-align: justify;">É curioso como precisam acontecer coisas assim para que a imprensa venha desmentir toda a especulação comtida por ela mesma, já que o que era passado para mim e milhões de expectadores é que o artista era no mínimo um perturbado. Apontado como possível estuprador, além de tudo pedófilo, homossexual e pai irresponsável (como denunciava o episódio do ainda bebê Prince Michael II pendurado na janela),homem esquisito, ou também rei das plásticas e mudanças. Só que de rei das plásticas virou rei do pop.</div><div style="text-align: justify;">Rapidamente se fuçou e se mostrou como num espetáculo toda a vida e trajetória do astro, e se chegou a conclusão de que era tudo culpa do pai, que o maltratava muito (sim, por que alguém vai levar a culpa né?). Através dessa exploração e bombardeamento de notícias, conseguiu-se fazer com que crianças e adolescentes virassem fanáticos por um artista que há seis meses atrás eles nem sabiam que existia! Me dei conta disso quando uma amiga entrou no MSN com a frase " LUTO - Michael estará eterno em meu coração", e quando minha irmã chegou da escola dizendo o quanto tivera uma tarde emocionante: ela e os coleguinhas choraram vendo o DVD de um show de Michael Jackson, como as conheço, sei que as duas só se deram conta dessa "perda" após acompanharem o que era mostrado pela imprensa.</div><div style="text-align: justify;">O pior é que não satisfeitos em ter esmiuçado apenas a vida do artista, esse "pente fino" passou para os filhos. O resultado é que crianças que só saiam de casa com o rosto coberto para não ser identificadas, tiveram suas fotos estampadas em revistas, jornais e sites, além de uma confirmação de não serem filhas biológicas do pai que as criou.</div><div style="text-align: justify;">O velório, realizado com pouco mais de dois meses de antecedência do seu enterro, que geralmente é conhecido como uma cerimônia íntima e triste onde só a família está presente, foi transformando num evento disputadíssimo, com direito a roupas de gala, dicursos, inúmeros convidados, entre eles cantores e artistas, além da filha, que tentando segurar o choro foi posta pra falar o quanto o pai era bondoso. E nem preciso dizer que isso foi transmitido para o mundo todo.</div><div style="text-align: justify;">E tudo feito incansavelmente, sem a menor preocupação em não ser enfadonho para quem está em casa acompanhando, apenas com o intuito de tirar vantagem, vender notícia, ou como diria um trecho da música que empresta título a esse texto: "Qualquer coisa quase nova, qualquer coisa que se mova é um alvo e ninguém tá salvo..." até por que essa não é a primeira e está longe de ser a última vez que casos trágicos são explorados de tal forma.</div><div style="text-align: justify;">Foi assim com Isabella Nardoni (além de alugarem quartos próximos ao prédio em que ocorreu o acidente para que curiosos vissem melhor o local, não se teve respeito com a mãe da menina, já que entrevista com ela era bastante disputada), Elloá (se mostrava o tempo todo o cativeiro mas ninguém conseguiu evitar o pior, além dos holofotes em cima da amiga que recém- saída do hospital, tudo exagerado) e agora, parece que finalmente está chegando ao fim o interesse constante em se falar de Michael Jackson, até por que agora não restou mais um pedaço sequer de sua vida que não tenha ganho um zoom da mídia.</div><div style="text-align: justify;">Agora é torcer, para que elas resolvam investir o tempo em outro assunto (de preferência mais sério) para que nós. e principalmente Michael, tenhámos o merecido descanso.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5371306751159048828.post-12275621945559573512009-08-20T23:09:00.006-03:002013-08-25T14:10:25.407-03:00Maceió: alguns motivos para você odiar ou amar.<div style="text-align: center;">
</div>
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372235934883201762" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiy_d9NsGLuiWW55YM-0YQVzeFkL-QCgRnNv-MgdOhQxhgeC29yhluDBSdWXcGjttrfcPZgaSbP3UtmImiZhgPuzXtJs_MTNR7Y7Cg8oulhM12pdaCrd6GCss3dP0gUWSfF-cqB09i93g/s320/maceio.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 240px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /><br />
<div style="text-align: justify;">
<br />
- <b>Shows</b>: os mais esperados do ano são os de axé, pagode, forró ou swingueira (e seus derivados: samba, swinga e requebra Maceió). Se você curte MPB, Rock (digo o nacional, por que internacional é sonhar um pouco demais, hehe) ou mesmo o Funk, vai ter de se conformar e ouvir em mp3, pois são bem escassos por aqui. P.S. : A galera do reggae 'vezenquando' movimenta a cidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Filmes</b>: Nem se fala, é raro um realmente interessante estar em cartaz nas salas de cinema mais conhecidas (shoppings), a não ser que você curta desenho animado (a era do gelo 3, por exemplo) ou filmes em série (como homem aranha, harry potter e x-man). Pra quem quer ver algo mais interessante, a saída é o Cine Sesi, ou baixar da internet, embora demore um pouco mais, pq internet é outra coisa complicada por aqui.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Livros</b>: Livrarias também são poucas. Didático dá até pra encontrar rodando um pouco. Caso falte algum, da pra fazer pedido na editora, mas se forem para sua leitura, siga o meu conselho e evite o stress, só saia de casa se não tiver computador e for direto para uma lan-house: peça seus livros pelo correio!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Transporte Público</b>: Tudo normal dentro da anormalidade de sempre. Ônibus pichados, carregando mais gente que a capacidade suportada, o que obriga as pessoas a se espremerem la dentro até chegar a seus destinos, além da demora que existe em alguns locais. Em suma, há uma necessidade explícita acima de mais transportes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Faculdades</b>: As particulares são muitas e continuam multiplicando-se. Há, pelo menos, um curso de direito em cada bairro. Para quem faz uma Federal, a alegria ao passar é tão intensa quanto a de sair. Afinal, depois de alguns anos enfrentando um ônibus nas condições citadas acima e estudando em blocos que em sua maioria não possuem estrutura / professores / equipamentos / projetos, não há masoquista que aguente.<br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Hospitais</b>: Na rede pública a fila está tão grande que já existem cirurgias marcadas para 2010. Traduzindo, tenha plano de saúde, e não raro você ainda estará reclamando dos serviços.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Shopping as sextas</b>: é definitivamente o dia em que jovens de 12 a 18 anos resolvem ir ao Iguatemi. Caso você já tenha passado dessa idade ou não goste de barulho é uma boa evitar o segundo piso. Isso por que eles não vão lá pra ir ao cinema, olhar as lojas ou sentar pra bater papo, simplesmente se espalham de um extremo ao outro, falando alto, dificultando a passagem, e até arrumando confusão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
-<b> Centro</b>: Falando em shopping, tinha que falar no centro. Conhecido como o local mais popular para fazer compras, onde os preços são mais acessíveis, o centro as vezes é caótico. Muita sujeira, reformas que demoram pra acabar, que por vezes dificultam e reduzem o espaço pra se locomover, além das lojas antigas que vão fechando e sendo pichadas. Sem esquecer, claro, dos estacionamentos improvisados em galpões abandonados, cujos donos sempre acham que cabem mais carros que o espaço real.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>E pra não dizer que não falei das flores...</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Paisagens</b>: Mesmo com o descaso de alguns governantes que passam, Maceió continua linda, cheia de pontos para se contemplar, parece ser esculpida entre coqueiros, mangue, praias, cuja cor do mar ora está verde, ora azul, além do sol, que os acompanha quase o ano inteiro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
-<b> Pessoas</b>: Apesar de uma parcela que resolveu entrar na política e se corromper, aqui ainda é terra de gente simples, honesta, trabalhadora e hospitaleira. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Eu até queria pôr o <b>futebol</b> aqui no meio. Mas observando nossos rivais CSA e CRB, percebi que eles não andam lá muito bem das pernas, então prefiro não comentar. A não ser parabenizar o ASA, cria aqui de perto, Arapiraca, pela entrada na série B.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Gastronomia</b>: O cardápio é tão variado quanto saboroso. É o acarajé tão bom quanto o da Bahia, a tapioca, os frutos do mar, mariscos, moluscos e lagostas, as tradicionais peixadas com pirão regadas com pimenta e leite de coco, o churrasquinho, a carne de sol, cuscuz de milho, canjica e pamonha, além das frutas, que em maioria são transformadas em sucos, sorvetes e doces. Também batidas, coquetéis e claro, a água de coco, doce e geladinha.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Artesanato</b>: Os artesãos locais fazem trabalhos muito bonitos, embora pouco recompensados. Seja transformando simples pedaços de pano em peças únicas, com bordados, ponto cruz, filé, entre outros. Além da arte em madeira, com conchinhas do mar, e tudo o mais o que a criatividade permitir. Vale acrescentar que não só os artesãos, mas os artistas plásticos, poetas e escritores, pois cada um, a sua maneira, traz uma contribuição para a cidade. Aqui, sem dúvida, é terra de gente que tem talento, mas que precisa ter mais incentivo para mostrá-la.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- <b>Contadores de história</b>: Quem nunca ouviu a história da galega do banheiro? ou da fulôsinha? da butija da meia-noite e até mesmo da mulher da capa preta? aquela que ganhou uma homenagem num cemitério, tendo uma capa sido construida em cima de um túmulo. Pois é, não sei se deu pra perceber, mas por aqui não falta quem as conte, cada um com sua maneira de acrescentar detalhes, traços e formas, fazendo assim com que elas perpetuem-se e cada vez mais sejam conhecidas pelas gerações posteriores.</div>
Unknownnoreply@blogger.com2